sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Após 'rolezinhos', lojistas pedem PM em shoppings

folha de são paulo
Após 'rolezinhos', lojistas pedem PM em shoppings
Associação reivindica que policiais façam segurança nos estabelecimentos
Proposta envolve nova modalidade da Operação Delegada; Alckmin diz que ela ainda será avaliada
DE SÃO PAULODepois de ao menos quatro shoppings de São Paulo receberem encontros de jovens conhecidos como "rolezinhos", a associação de lojistas do setor pediu a presença de policiamento militar dentro dos estabelecimentos.
O presidente da entidade, Nabil Sahyoun, afirmou ontem que o setor pretende que, a partir de fevereiro ou março, policiais fardados façam a segurança dentro dos shoppings centers. Ele não detalhou quantas unidades receberiam os militares nem o horário em que eles atuariam.
"Shopping é um equipamento urbano inserido na cidade", diz. Para Sahyoun, a presença de policiais fardados poderia aumentar a segurança e também inibir a onda de "rolezinhos", combinados por meio de redes sociais.
Segundo a associação, os "rolezinhos" tiveram impacto negativo de 7% a 8% nas vendas do shopping Interlagos no domingo, quando ele recebeu uma dessas reuniões.
Sahyoun disse também que foi feito um monitoramento das redes sociais para saber quando e onde ocorreriam novos encontros. Os shoppings que seriam alvo da manifestação contrataram 200 seguranças extras.
A maneira para que os policiais atuem dentro dos estabelecimentos é aprovar uma nova modalidade de Operação Delegada --programa do governo estadual que autoriza militares a desempenhar sua função, fardados, em outros locais durante o período de folga. Hoje, ela existe em convênio com prefeituras.
Para que a operação pudesse se estender para os shoppings, uma nova lei teria de ser aprovada pela Assembleia Legislativa.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a Secretaria de Segurança Pública recebeu um pedido e que estuda o que fazer.
"O dr. [Fernando] Grella vai examinar. Tem uma proposta de shoppings, de eles remunerarem os policiais, isso vai ser avaliado", afirmou.
Alckmin, no entanto, fez ressalvas. "O policiamento nosso é publico, portanto o policiamento dentro do shopping deve ser privado. O nosso é publico, portanto ele é fora. Mas nós podemos estudar outras formas de fazer."
HISTÓRICO
Os "rolezinhos" começaram no dia 7 deste mês, quando 6.000 jovens se encontraram no shopping Metrô Itaquera, zona leste. Na semana seguinte, o local foi o shopping Internacional de Guarulhos, na Grande SP, onde --mesmo sem crimes registrados-- 23 foram detidos.
No final de semana anterior ao Natal, outros dois shoppings "sediaram" o encontro, também sem nenhuma ocorrência criminal: Campo Limpo e Interlagos, ambos na zona sul.

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