quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ator encarna o artista Basquiat em suas últimas horas de vida

folha de são paulo
Ator encarna o artista Basquiat em suas últimas horas de vida
Peça recria história do pintor americano morto aos 27
GUSTAVO FIORATTIDE SÃO PAULOAo fundo da cena, um painel branco pendurado ao teto desce até o chão e continua apoiado à superfície do piso.
Este é o elemento cênico central do espetáculo "In the Place "" Um Lugar para Estar", em que o ator Alex Mello interpreta nova leitura sobre a vida do artista americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988). A peça está no Sesc Consolação até o dia 28.
Durante uma hora, Mello encarna Basquiat em seu último dia de vida. O texto é de próprio punho. A direção é de Gilberto Gawronski, diretor habituado a solilóquios. Recentemente, ele encarnou a figura de um canibal no monólogo "Ato de Comunhão" (2011), também baseado em fatos reais.
Como Basquiat, Mello vai pintando essa tela em branco, enquanto narra episódios na vida do personagem.
Recupera fatos da infância, o início da carreira grafitando muros, a escalada para o sucesso em Nova York, a relação com a heroína, o sentimento de estar deslocado no mercado nova-iorquino das artes. Por fim, vem a morte, aos 27 anos, por overdose.
Além de criar em cena imagens que remetem ao desenho do pintor, no painel branco, Mello também risca palavras soltas e poemas.
"As telas de Basquiat são assim, como diários, trazem o café que ele derrama sem querer, ou marcas dos pés dele", descreve o ator. Cada espetáculo resulta em um painel diferente.
FIM DE CASO
Também há menção à vida afetiva do artista. O espetáculo recria, por exemplo, um telefonema que ele teria recebido de uma namorada. Ela não é nomeada, mas a cena faz referência ao relacionamento entre Basquiat e Madonna.
Com o fim do namoro, a cantora devolveu a ele uma série de telas. "Depois, quando viu o valor que as obras conseguiram, ela se arrependeu", conta Mello, sobre episódio narrado também pela biografia "Basquiat", de Leonhard Emmerling.
Andy Warhol (1928-1987) é outro que está na lista de celebridades amigas.
SIMILARES
O espetáculo embarca em uma onda recente de projetos teatrais similares, criados a partir de biografias de pintores e escultores célebres.
Nos últimos dois anos, São Paulo viu em cena a vida de Auguste Rodin (1840-1917) e de Camille Claudel (1864-1943), em "Camille e Rodin", com texto de Franz Keppler e direção de Elias Andreato.
O pintor Mark Rothko (1903-1970) também foi levado ao palco, encarnado por Antonio Fagundes em 2012, com direção de Jorge Takla.

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