segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Investidores tecnológicos criam gororoba alimentar - Ronaldo Lemos

folha de são paulo
INTERNETS
RONALDO LEMOS
@lemos_ronaldo
Investidores tecnológicos criam gororoba alimentar
Esse é um bom desafio para o meu colega Josimar Melo, crítico gastronômico da Folha. Um engenheiro, apoiado por uma campanha de financiamento coletivo e por investidores pesos-pesados em tecnologia, criou o alimento batizado de Soylent.
Trata-se de uma gororoba que vem na cor "nude" (a palavra "bege" anda fora de moda) e que substitui qualquer outro alimento. A ideia é não comer mais nada, bastando comer o Soylent.
Para provar o conceito, o criador do produto, Rob Rhinehart, realizou testes em si mesmo. Viveu 30 dias dele. Um jornalista da revista "Wired" fez o mesmo por uma semana, ingerindo 3 litros do produto por dia. Disse que "economizou tempo, não tendo que planejar ou preparar as refeições".
Esse é aliás o principal marketing da empresa: "E se você nunca mais tivesse que se preocupar com comida?". O jornalista chegou também a uma constatação evidente: o que entra líquido, também sai líquido.
O Soylent é feito de proteína de arroz, azeite, maltodextrina e aditivos químicos, entre outros ingredientes. A empresa diz que a fórmula tem tudo o que um humano precisa para viver de forma saudável. Curiosamente, o nome vem de um filme de ficção científica B estrelado por Charlton Heston, chamado "Soylent Green".
Nele a população da Terra passa a viver de uma farinha feita de seres humanos (dá-lhe humor negro). Mas o mais interessante é pensar no papel da tecnologia em tudo isso. Pelo visto, o Vale do Silício -berço do produto-, que vive de humanizar as máquinas, resolveu entrar de vez também no negócio de desumanizar as pessoas.
READER
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