domingo, 22 de dezembro de 2013

12 meses de Haddad

folha de são paulo
12 MESES DE HADDAD
Cidade ainda apresenta sinais de abandono
Falta de manutenção de placas, lixo nas ruas e calçadas e praças sujas persistem na gestão de Fernando Haddad (PT)
Prefeitura diz que faz manutenção das praças semanalmente e que há cerca de 300 obras em execução nesses locais
SABINE RIGHETTIFABRÍCIO LOBELMOACYR LOPES JUNIORDE SÃO PAULO
Em uma esquina de Perdizes, entre o estádio do Pacaembu e o elevado Costa e Silva, o paulistano tem todos os motivos para estar perdido. Três das quatro placas que indicam o nome das ruas estão retorcidas, quebradas ou com nomes trocados.
"É normal que o povo se perca por aqui", diz Alexandre Gomes, 33, sócio de uma farmácia da esquina.
O comerciante afirma que as chapas de metal foram danificadas por torcedores de futebol que saíam de um jogo. "Ninguém vem arrumar. Do jeito que está aí, a placa já fez até aniversário", diz.
No cruzamento da avenida Tancredo Neves com a Vergueiro, na zona sul, o aniversário já é de quase três anos. Desde uma batida de carro no começo de 2011, um poste com o nome das ruas também espera manutenção.
A situação das placas não é um problema isolado. Basta uma volta rápida por um bairro para chegar-se à conclusão: a cidade demonstra que está malcuidada.
Folha percorreu São Paulo para fazer uma avaliação da zeladoria no primeiro ano da gestão Haddad. Além dos problemas das placas, encontrou lixo pelas ruas e calçadas e praças sujas, pichadas e com mato alto e falta iluminação pública.
"Não faço uma avaliação nada positiva da gestão", diz Euler Sandeville, professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo.
Para ele, um dos pontos nevrálgicos da gestão é justamente a falta participação na administração da cidade.
BANCO DA PRAÇA
Uma das principais reclamações do paulistano é a falta de espaços públicos de recreação, como praças --um dos assuntos da campanha de Haddad em 2012.
São Paulo conta com cerca de 5.000 praças. O número não aumentou na nova gestão. O problema, diz a prefeitura, é que a criação de praças depende do Legislativo.
Das praças que existem, muitas têm mato alto, pichação, lixo e moradores de rua --caso da praça Marechal Cordeiro de Farias, que fica no final da avenida Paulista.
A prefeitura diz que faz manutenção das praças semanalmente e que há 300 obras em praças e parques de SP. Já a varrição da cidade custa R$ 70 milhões ao mês.
"São Paulo tem problemas crônicos de zeladoria. É talvez um dos maiores problemas da cidade", avalia Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Outro enrosco da cidade é a iluminação pública. Quando Haddad assumiu a pasta, havia uma estimativa de 18 mil pontos na cidade com pouca ou nenhuma luz.
Hoje, a prefeitura não sabe precisar quantas ainda permanecem no escuro, mas afirma que R$ 116 milhões já foram gastos em ampliações e remodelações da rede.
A Secretaria de Coordenação de Subprefeituras disse que consertará as placas indicadas pela Folha.

Cobertura cresce em saúde e educação, mas filas persistem no sistema municipal


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FÁBIO TAKAHASHI
ARETHA YARAK

DE SÃO PAULO
O atendimento aumentou, mas milhares de pessoas ainda esperam por uma vaga.
O diagnóstico vale tanto para a área da educação quanto da saúde neste primeiro ano da gestão Haddad.
Em dezembro de 2012, 810,5 mil pessoas aguardavam consulta médica especializada, exame ou cirurgia
No mesmo mês neste ano, o número caiu 11%, segundo os dados da prefeitura.
Segundo a Secretaria da Saúde, houve crescimento de 6% na oferta de consultas e exames em 2013.
Editoria de Arte/Folhapress
Um dos responsáveis foi o programa Hora Certa Móvel, que consiste em quatro carretas que levaram atendimento a quatro regiões da cidade.
Além disso, a secretaria diz que melhorou a gestão das vagas existentes. Um exemplo citado pelo secretário José de Filippi Júnior (Saúde), foram os telefonemas e torpedos enviados aos pacientes, avisando-os da consulta.
EDUCAÇÃO
No atendimento às crianças em creches e pré-escolas, a prefeitura aumentou em 5% as matrículas entre setembro de 2012 e de 2013. Isso significou 20 mil vagas a mais.
A fila, porém, teve pequena queda: de 180 mil para 172 mil (8.000 crianças a menos).
A Secretaria da Educação afirma mais famílias se inscreveram à procura de vagas. Disse também que deverão ser entregues 243 creches até o fim do mandato.

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